quarta-feira, 29 de abril de 2009

Par de jorros

Revelada ad eternum
Nas quatro retinas
Nossa imagem no espelho
Duplicada
E dividida por dois.

Poema concreto do medo

Receio

Rec

Ré.

Marejada II

Sei lá como se navega por aí!?
Em mar que não se conhece...
De maruja à capitã
Como faço pra fazer?
A sapiência a gente pega em rede
Ou mergulha pra achar?
Cada vez que torno à tona
Sei que ao fundo eu vou é mais!

Marejada

Eu existo num encontro de 2 Mares. E guardo altas e baixas marés; encerro espumas e abissalidades, correntezas que convergem, outras que se desacordam; vivo rodamoinhos que me tragam pro seu cerne e calmarias que me levam à sapiência dos mistérios mais velados. Eu me atrevo a conhecer-me.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Se leve

Essa é a letra de um rap de um querido: Suniarte,
b-boy pela paz e amor universais, e meu mano Sú. Gostei tanto quando ele me mostrou que não pude resistir a postá-la aqui:

“SE LEVE

Eu tô no vazio da noite / Ligado pensando tranqüilo / O que eu sinto? / Será que foi o que eu não tive? / Será que eu não tive? / Já nasci tendo / Não precisei que me dessem / Sabem / Sabem de uma coisa / Eu sei / De duas posso não saber / Pedras a rio / Areia amar / Todo o mundo tá aqui / Dentro da doida da sede da onda / A vida transborda alegria / Desperdiça tristeza / Acumula consciência / Contém 1 g / Pra mim é mais pesado / 10 kg de burrice 10 kg de falsidade / 20 kg de ignorância 30 kg de frieza / 10 kg de felicidade relativa 10 kg de bens materiais / E 10 kg de individualismo / Ou seja 100 kg / 100 nada / Sem mente / Sem sentido / Por isso que eu prefiro ficar / Leve seu peso na consciência / Leve minha neurose / Leve seu carro / Leve o que tu gosta / Leve o que tu tem / Leve o que tu sente / Leve o que tu conseguiu / Leve mais 100 / Se leve / Se pesado / O diabo que te carregue.”

Valeu, mano Sú! Nam-myoho-renge-kyo!!!!

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Negação do que não seja livre

Não
Não venha sem vontade de existir
Traga tudo sem auto-piedade
E vá me mostrando aos poucos
Devagar
Tão devagar
Que haja surpresas que durem
Até
Que nada se acabe

Não se assuste
Não me assusto...

Minha capacidade de amar
Ainda resiste
Estupidamente humana!

Dos sentires pós-modernos

Pela tela
Bela e iluminada cela
Janela pra teia
Uma página recém-polinizava o meu estar só
Nela algo em você fez parar meu olhar
Que passeava num quase descompromisso por ali
E olhei, e olhei
E olhei pra você
A boca entreaberta
Percebida ao passar de uns segundos
E um meio-sorriso de encantamento
Desejo de escrever umas bobagens...
Mas ahhhh...
Menos coragem do que desejo...

Lembranças das suas imagens
Que foram e que vieram
A leitura dos seus escritos
O prazer no que foi lido
Mistérios que guardam quaisquer encontros

A vida é um desacaso

E pra nós que não nos chamamos Raimundos
A internet não é um vasto mundo.

domingo, 26 de abril de 2009

Uma bicada em Schopenhauer, uma bicuda no esôfago da alma.

"No início da juventude, quando contemplamos nossa vida vindoura, somos como crianças num teatro antes de a cortina subir, sentados lá animados e esperando ansiosamente pelo início da peça. É uma benção que não saibamos o que vai realmente acontecer. Pudéssemos prevê-lo, haveria ocasiões em que as crianças poderiam parecer prisioneiros condenados, não à morte, mas à vida, e ainda inteiramente inconscientes de qual o significado de sua sentença."

Por Schopenhauer.

Eu nada falo diante da bruta beleza dessas palavras.

Quem sabe digam vocês as palavras que se calaram em mim... E as que não se calaram também.