domingo, 1 de novembro de 2009

O amor
Senhor de segredos
Desdiz pra dizer o novo
Desconstrói e vai morar noutro lugar
Rasura a dor
E dela remonta algo
Que resulta nele mesmo.
Canto as palavras benditas
As malditas desconjuro
Canto um hino à vida
E à morte o silêncio do sabido
De amor teço paz
Da dor espada não de ferir
Mas de abrir outros caminhos.

PRETÉRITO-MAIS-QUE-PROVEITO

Se o passado não te ensinou nada
Future-se!

UM PRESENTE

Tudo de dor
Que o vento leve

O que o tempo re-vela
Não está pra trás
Só o nada está pra trás
No presente, futuro
No futuro, presentes latentes

O céu entardece lilás
O mar da baía disputa com o céu
Azuis melhor rimados à lua que cresce
O vento acelera
Faz e desfaz cenários ardis

Que o vento leve
E o tempo me eleve.
O desejo não bate à porta
Nem pede licença
Ardiloso às vezes
Como sol
Infiltra frestas
Em outras sopapo
Arromba a janela
O desejo sabe
Só mesmo
Dele próprio.

PEREGRINAÇÃO

Deserto
Semi-árido
Da Caatinga
Quando se nada em um mar de perdas
E se sabe que quer chegar
Quando, quando...
Sem onde nenhum
Um tempo do tempo
Afora
De qualquer lugar.
Ando cansada de não ser o que pensam
De esperarem que eu seja
Deixa assim a questão que há
De se ser ou não
Eu não sou
Eu apenas estou.